sexta-feira, 14 de maio de 2010

Noise.

Descobri que não ligo para aqueles que provavelmente falam de mim pelas costas. Descobri isso através da música.

A música tem seus estilos, seus gêneros, seus públicos. Faço parte do pequeno público eclético, que considera "bom" qualquer barulho que me faça sentir bem. A minha música me faz sentir bem. Acredito que nenhuma outra pessoa se sinta assim em relação ao que sai da minha habilidade musical. Sim, habilidade, porque certamente, talento eu nâo tenho.

Admito, sem relutar. "Talento? Eu? não.". Mas depois encontro uma certa relatividade nesse termo. Talento pra me entreter, eu tenho. Talento para incomodar qualquer outro ouvindo, eu tenho. Indo nessa linha de pensamento, eu tenho talento! Agora, analizo as bandas da atualidade.

Restart. Banda mediocre, não preciso de mais adjetivos. Cheia de talentos. Acredito que a banda tem talento suficiente para encher os bolsos dos pivetes, no mínimo. Quem sabe, talento para por um sorriso no rosto da mamãe de cada um deles, ou até para fazer essa "Doomed Generation" de hoje chorar de alegria ao ver os "gatinhos" pulando no palco.





Desculpe. Tive que parar o que estava fazendo quando digitei "gatinhos". Quando lembro dessa palavra, é inevitável para mim não lembrar de Jonah Hill no filme Funny People imitando um gatinho no YouTube.





Voltando. Restart, portanto, tem esse talento. Também tem o talento que eu tenho para fazer música ruim, e provavelmente tem o talento de se entreterem com essa música.

Com tantos talentos em comum, me pergunto se um dia alguém irá me descobrir e me por num palco na frente da garotada enquanto todos os músicos de verdade ficam em casa falando mal e ganhando pouco.

Puff.

Acordei desse pesadelo. Se um dia tiver o prazer de estar num palco, que seja junto aos meus amigos, aqueles que tem o verdadeiro talento. Eu estaria lá como um host, não como um músico.

Me contento sabendo que a "música" que sai da minha guitarra, e o som que sai da minha voz, são o que o mundo considera lixo. E espero que esse mundo decadente nunca descubra meu lixo, ou será mais uma bomba na cultura que os gênios mais consagrados contruíram e que cada vez mais vem acabando.

Talvez um dia eu tente aprender a fazer música de verdade, fazer o que os Beatles fizeram, o que o The Who fez (e ainda faz), e assim eliminar de vez qualquer chance do meu lixo ser exposto.

Saudades do tempo que não viví, em que o talento era reconhecido, e o lixo, despejado.

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